O Museu Nacional Soares dos Reis (MNSR) apresenta hoje, 14 de outubro, às 13h30, “O Desterrado”, mármore de António Soares dos Reis historicamente considerado como um ícone da cultura portuguesa e obra classificada como Bem de Interesse Nacional.
A sessão comentada repete a 20 de outubro (quinta-feira), às 13h30.
A primeira sessão realiza-se simbolicamente na data de aniversário de António Soares dos Reis, nascido a 14 de outubro de 1847. Paula Leite Santos Triães, gestora de coleção do MNSR, apresentará o contexto em que a obra foi produzida, a sua génese e significado.
A participação é gratuita, sujeita à capacidade do espaço e com inscrição por email para comunicacao@mnsr.dgpc.pt .
Sobre António Manuel Soares dos Reis
António Manuel Soares dos Reis nasceu a 14 de outubro de 1847, no lugar de Santo Ovídio, freguesia de Mafamude, concelho de Vila Nova de Gaia. Era filho de Manuel Soares Júnior, proprietário de uma tenda de mercearia a retalho, e de sua mulher Rita do Nascimento de Jesus. Recebeu o apelido "dos Reis", de seu avô materno, António José dos Reis.
Educado em rígida disciplina familiar, Soares dos Reis frequentou as aulas de instrução primária ao mesmo tempo que auxiliava o pai na tenda como marçano. Desde cedo se fizeram notar os seus dotes artísticos. Às escondidas do pai, talhava pequenos bonecos em madeira e modelava santinhos de barro que expunha ao Sol, no quintal. Essas figuras foram notadas pelo vizinho Diogo de Macedo e pelo pintor Resende que convenceram o pai de Soares dos Reis a enviá-lo para a Escola de Belas Artes. Foi assim que, em 1861, com apenas 14 anos, se matriculou na Academia Portuense de Belas Artes, onde foi aluno de Fonseca Pinto, tendo concluído o curso de escultura em 1866. Durante a frequência do curso colheu prémios e louvores, obtendo o 1.º prémio nas cadeiras de desenho, arquitetura e escultura.
Em 1871 Soares dos Reis foi morar em Roma e foi lá que ele executou uma das suas obras mais românticas e originais, ”O Desterrado”, sua obra maior. Obra formalmente clássica, ”O Desterrado” é também a nostalgia da Pátria distante uma «estátua da saudade». De inspiração classicista, a obra (na altura tida como plágio, o que iria angustiar durante muito tempo o escultor) é um notável trabalho dos volumes, permitindo jogos de luz e sombra, a acentuarem o sentido do título. A obra exerceu influência direta sobre obras da subsequente geração de escultores.
Chegado ao Porto em 1872, Soares dos Reis foi recebido pelos seus conterrâneos com aplausos e admiração, sendo nomeado Académico de Mérito da Academia Portuense de Belas Artes, em 1873. Em 1875, é nomeado Académico de Mérito pela Academia de Belas Artes de Lisboa. E em 1878 recebe uma Menção honrosa na Exposição Universal de Paris. Até 1880, o escultor produziu, expôs e foi reconhecido por diversos trabalhos. Foi um dos fundadores do Centro Artístico Portuense, organismo que muito contribuiu para a difusão das artes plásticas no país.
Incapaz de se sobrepor à incompreensão e ao descrédito lançados contra o seu valor artístico e de enfrentar a obstrução sistemática aos seus esforços de inovação como docente, recorreu ao suicídio, deixando uma obra ímpar na escultura da segunda metade do século XIX.
«Porto, 16 – Suicidou-se hoje às 08h00 da manhã, na sua casa da Rua de Luís de Camões, em Vila Nova de Gaia, disparando dois tiros de revólver na cabeça, o eminente estatuário Soares dos Reis, lente de escultura na Academia de Belas Artes e autor de verdadeiras obras primas. (…) São desconhecidas as causas que determinaram o suicídio.» In “Diário de Noticias”, 17 de fevereiro de 1889.
Fonte: Wikipedia
SERVIÇO:
Obra e Sessão Comentada - "O Desterrado"
Data: 14 de Outubro
Hora: 13h30
Entrada Gratuita
Museu Nacional Soares dos Reis
Rua D. Manuel II, nº 44 - 4050-342 Porto, Portugal
Tel: +351 223 393 770 comunicacao@mnsr.dgpc.pt .
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