Conhecido como Julho Verde, este período destaca a necessidade de informar e educar a população sobre os diversos tipos de câncer que podem afetar a tireoide, a boca, a garganta, a laringe, a faringe, a nasofaringe, a pele e o couro cabeludo. No Brasil, essa questão de saúde pública ganha relevância com a estimativa de 41 mil novos casos em 2023, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
O câncer de cabeça e pescoço é um problema significativo, com uma divisão alarmante dos casos: 15.190 novos casos de câncer de cavidade oral, 7.650 de laringe e 13.780 de tireoide, sendo este último mais comum em mulheres. A conscientização e a informação são pilares dessa campanha, ressaltando que a detecção precoce pode aumentar as chances de cura para até 90%.
Previna-se
Os fatores de risco para esses tipos de câncer variam de acordo com a região do corpo afetada. Entre os mais comuns estão o tabagismo, o consumo excessivo de álcool e a infecção pelo HPV. A prevenção passa por mudanças de estilo de vida, como abandonar o cigarro, moderar o consumo de bebidas alcoólicas, manter uma boa higiene bucal e vacinar meninos e meninas contra o HPV.
Além disso, é importante lembrar de usar protetor solar nas orelhas e proteção específica nos lábios, locais frequentemente esquecidos. O uso de chapéus ou bonés também é recomendado. O sexo oral sem preservativo é outro fator de risco que merece atenção.
Fique atento aos sinais
Os cânceres de cabeça e pescoço podem ser silenciosos nos estágios iniciais, tornando essencial a observação de qualquer sinal persistente, especialmente aos fumantes e ex-fumantes. Atenção a feridas na pele ou na boca que não cicatrizam após 15 dias, rouquidão, nódulos no rosto ou boca, dor ou dificuldade para engolir, sangramento no nariz e ínguas no pescoço. A atenção precoce a esses sinais e sintomas é crucial para um diagnóstico rápido.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico precoce é um fator chave na luta contra o câncer de cabeça e pescoço. Para isso, médicos e dentistas devem estar atentos a lesões suspeitas e realizar biópsias. Se a biópsia for positiva, exames adicionais como ressonância magnética e tomografia são necessários para determinar a extensão da doença.
O tratamento envolve uma abordagem multidisciplinar, com cirurgiões, oncologistas, radioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos, patologistas e fisioterapeutas, trabalhando em conjunto para decidir o melhor curso de ação. Centros de tratamento que reúnem todos esses especialistas e oferecem os equipamentos e medicações necessárias são ideais para proporcionar os melhores desfechos aos pacientes.
Reabilitação e reinserção
Os tratamentos mais complexos podem exigir reabilitação extensiva e esforços para a reintegração do paciente à vida social e profissional. A colaboração contínua entre os profissionais de saúde e o apoio da família são essenciais para uma recuperação bem-sucedida.
Sobre o Dr. Paulo Pizão
O oncologista Dr. Paulo Eduardo Pizão é um profissional global. Por ser docente em faculdade, gestor em instituições de saúde, atuar no atendimento clínico e por ter sido pesquisador na indústria farmacêutica, tem uma visão geral do setor e conhece o mecanismo desse segmento.
Suas atividades profissionais atuais:
Pesquisador no Centro de Pesquisa Clínica São Lucas (PUC-Campinas), coordenador da disciplina de Oncologia Clínica no Curso de Medicina da Faculdade São Leopoldo Mandic, Campinas-SP; oncologista no Instituto do Radium.
Suas especializações:
Especialista em Oncologia Clínica pela Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO); Especialista em Cancerologia (Oncologia Clínica) pela Associação Médica Brasileira; PhD em Medicina (Oncologia) pela Universidade Livre de Amsterdam, Holanda.
Comments