Em tempos de pandemia nada melhor que assistir um musical no conforto da nossa casa e, principalmente, se esse musical é sobre a Madrinha do Samba, nossa querida e saudosa mangueirense Beth Carvalho! O musical, dirigido pelo Ernesto Piccolo, pode ser assistido, gratuitamente, neste sábado, 27 de março, as 19h (Brasil), 22 (Portugal) através do link na bio do espetáculo no Instagram @musicalbethcarvalho.
Contando com 11 atores e 5 músicos em cena, o musical tem como ponto central a narrativa dos principais fatos da vida pessoal e profissional da ilustre e saudosa Beth Carvalho. O espetáculo passeia pela trajetória da vida de Beth começando pela época dos festivais de canção dos anos 60, as apresentações em programas de Rádio e TV, as várias descobertas de artistas de Beth, tais como Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz e Jorge Aragão assim como o lado fã, ou seja, a grande admiração da cantora por inúmeros nomes da música como Maria Bethânia, Nelson Cavaquinho e Cartola.
Carioca de nascença e de coração, o musical não podia deixar de trazer para o palco o Carnaval e a devoção de Beth a sua escola de samba de coração, a Estação Primeira de Mangueira e por um dos blocos mais famosos do Rio de Janeiro, o Cacique de Ramos. Para a cantora as duas maiores realizações que um artista pode ter é ser enredo de escola de samba, e a Beth foi no ano de 1984 enredo da Escola de Samba Unidos do Cabuçu e a escola foi campeã, e a outra é ser biografada num musical o que acontece, infelizmente, após a sua morte.
Além da paixão pelo Carnaval, a cantora também era apaixonada por futebol, e em especial, por seu time de coração, o Botafogo. Tudo isso e muito mais o público verá em “ANDANÇA – Beth Carvalho, o musical” e para falar sobre essa homenagem linda a Beth Carvalho, o diretor Ernesto Piccolo conversou com a jornalista Cláudia Rolim no Viajando de Lá Pra Cá. Vamos a isso!
Ernesto Piccolo, como foi dirigir o espetáculo em homenagem a Beth Carvalho?
EP: Dirigir o espetáculo foi muito emocionante, primeiro porque o autor do texto, o Rômulo Rodrigues, tinha sido meu aluno numa das oficinas que eu administrava com Rogério Blat chamado Palco Social. Ele foi aluno das oficinas durante uns 8 anos, daí passaram-se uns 15 anos longe e então o Rômulo voltou com esse texto em homenagem a Rainha e eu fiquei muito lisonjeado e muito feliz, né ?
Qual é o maior desafio em dirigir um musical?
EP: O maior desafio em dirigir era a questão musical mesmo, mas, eu tive a sorte de ter comigo o Rildo Hora que era o maestro dela também, então, foi um conforto muito grande e me deu um suporte fundamental para a execução das músicas.
Qual é, na sua opinião, o maior legado deixado pela Beth?
EP: Beth Carvalho sempre teve um posicionamento político muito forte. Ela era fã do Fidel, sempre teve nas Diretas, sempre estava lutando por causas sociais, então, alem de tudo que ela deixou de interpretações maravilhosas e com engajamento políticos ela foi madrinha de uma “porrada” de sambistas maravilhosos dentre eles o Zeca Pagodinho, Fundo de Quintal, que ela descobriu e colocou na midia, então, ela era madrinha de várias pessoas, ou seja, ela foi uma propagadora de talentos do samba.
Você consegue escolher uma música preferida da Beth ou essa é uma "missão" quase impossível?
EP: Beth Carvalho tinha um repertório musical riquíssimo porque ela ouvia rádio com a mãe na época das Cantoras do Rádio e a gente teve acesso a todas as músicas que inspiraram ela, então, tem músicas incríveis, né ? Ela era uma garimpeira, mesmo, de talentos! Ela ia lá no morro, pegava música do Cartola que estava esquecido e cantava, fazia sucesso e ele voltava pro mercado, então, tem músicas maravilhosas desde Viola Enluarada até Lata d´agua na cabeça passando por Oh coisinha tão bonitinha do pai...é muita coisa, é muito rico, ela é muito rica, tem músicas maravilhosas!
Nesse momento pandêmico, qual recado você deixa para os nossos leitores do Viajando de Lá pra cá?
EP: Olha, o meu recado pros Viajantes é que mantenham o distanciamento, usem máscara, só saiam se necessário, sejam vacinados logo e que a gente volte ao normal e... Fora Bolsonaro !
Sobre Ernesto e Beth:
Ernesto Piccolo – Diretor
Ernesto Piccolo e ator e diretor com reconhecido sucesso de público e crítica. Assinou, entre outros, a direção dos espetáculos “Divã” com Lilia Cabral; “Os Difamantes” com Maria Clara Gueiros e Emílio Orciollo Netto; “História de Nós Dois” com Marcelo Valle e Alexandra Richter; “Dom Quixote” com Edson Celulari; “Doidas e Santas” com Cissa Guimarães; e “Alice no Pais das Maravilhas” com Luana Piovani.
Beth Carvalho
Um dos maiores nomes do mundo do samba, Beth Carvalho, cantora, compositora e instrumentista brasileira é ainda conhecida como a “madrinha do samba” por ter revelado artistas de sucesso como grupo Fundo de Quintal, Zeca Pagodinho, Almir Guineto, Sombra, Sombrinha, Arlindo Cruz, Luis Carlos da Vila, Jorge Aragão e muitos outros.
A cantora participou de históricos festivais de música como Festival Internacional da Canção (FIC), Festival Universitário e Brasil Canta no Rio. No FIC de 68, conquistou o 3º lugar com “Andança”, de Edmundo Souto, Paulinho Tapajós e Danilo Caymmi, ficando conhecida em todo o país. Além de ser seu primeiro grande sucesso, “Andança” é o título de seu primeiro LP, lançado no ano seguinte.
A partir de 1973, passou a lançar um disco por ano e se tornou sucesso de vendas, emplacando músicas, como “1.800 Colinas”, “Saco de Feijão”, “Olho por Olho”, “Coisinha do Pai”, “Firme e Forte” e “Vou Festejar”. Beth Carvalho é reconhecida por resgatar e revelar músicos e compositores do samba. Em 1972, buscou Nelson Cavaquinho para a gravação de “Folhas Secas” e três anos depois fez o mesmo com Cartola, ao lançar “As Rosas Não Falam”. Beth Carvalho já se apresentou em palcos nos Estados Unidos, em Nova York (no Carneggie Hall, considerado um dos palcos mais importantes do mundo), em Boston (na Universidade de Harvard), São Francisco, Miami, Chicago, Los Angeles e New Jersey. A cantora também levou seu show para os palcos na América do Sul, como Uruguai (Montevidéu e Punta del Este) e Argentina (em Buenos Aires se apresentou no Luna Park, projeto “Sin Fronteiras” da cantora e amiga Mercedes Sosa). Beth ainda se apresentou por algumas cidades africanas, como Johannesburgo, Lobito, Luanda e Soweto. E em 1997, viu a música “Coisinha do Pai”, grande sucesso de seu repertório, ser tocada no espaço sideral, quando a engenheira brasileira da NASA, Jacqueline Lyra, programou a musica para ‘acordar’ o robô em Marte. Foi indicada e ganhou diversas vezes o Grammy Latino e já recebeu inúmeros troféus e premiações. Em 2015 comemorou 50 anos de carreira.
Ficha Técnica:
Texto: Rômulo Rodrigues Direção: Ernesto Piccolo Direção Musical e Arranjo Instrumental: Rildo Hora e Márcio Eduardo Melo Direção de Produção: Thiago Roderich Diretor Assistente: Marcio Vieira Atores: Eduarda Fadini / Beth Madura / Renata Tavares
Isaura /André Magevski / Edson Cegonha Atila Soares / Milton Nascimento e Cartola Bruno Ganem / Pai, Chacrinha e Sargentelli Douglas Vergueiro / Zeca Pagodinho e Rildo Hora Mariana Cabral / Mãe e Maria Bethânia Paula Pardon / Enfermeira e chacrete Paulo Ney / Martinho da Vila e Nelson Cavaquinho Wal Azzolini / Clementina de Jesus Carol Batista / stand in Beth jovem Thiago Batotelli / ator e contrarregra Músicos: Marcio Eduardo Melo (teclados), Andre Gonçalves (baixo), Rafael Prates (violão e cavaquinho), Caio Martins (percussão), Cássio Acioli (bateria) Direção de Movimento e Coreografias: Sueli Guerra Preparação e Arranjo Vocais: Pedro Lima Cenografia: Clivia Cohen Figurinos: Ney Madeira e Dani Vidal - Espetacular Produções & Artes Iluminação: Djalma Amaral Produção: Romero Monteiro e Rômulo Rodrigues Assistente de Produção: Guilherme Messias Realização: Prama Comunicação e Roderich Produções
Classificação: Livre
SERVIÇO:
27 DE MARÇO DE 2021
ESPETÁCULO ON LINE E GRATUITO
19h (Brasil) - 22h(Portugal)
Link: https://videos.netshow.me/t/pM1qXpzCaJA @sececrj @cultura_rio @leialdirblanc
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